quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A carta como gênero em sala de aula



Constantemente me pergunto se a carta é ou não um gênero trabalhado nas escolas, pois, a maioria dos alunos ao saírem do ensino fundamental ainda tem uma ideia erronia ou simplesmente não sabem quanto ao uso desse gênero textual dentro e fora da escola. Então, fui buscar na base, no como se trabalha o gênero cartas nas escolas públicas do município aonde trabalho, aos livros didáticos, só então, pude perceber que nos livros didáticos não se encontra a carta como um gênero igual aos outros, não é dado a ela a mesma importância que se é dada aos outros gêneros como a fábula, a crônica, o conto e etc. Percebe-se aí um impasse, as crianças aprendem apenas a sua estrutura, ficando assim a aprendizagem apenas na teoria, prática que é bom nada.
No entanto, sabemos também que a carta pessoal vem perdendo espaço com todos os novos meios de comunicação existentes e com o constante crescimento e surgimento de novas tecnologias, podemos usar como exemplo o telefone celular, o email e todos os outros meios eletrônicos de se manter contato com alguem. Na plena era da computação fica mais fácil bater um papo via celular ou via email que ter que ficar dias e dias esperando uma correspondência pelo correio convencional, tendo em vista esse avanço e que esse meio de comunicação tão usado outrora já está quase extinto em algumas regiões, a carta deveria ter um lugarzinho especial e de maior importância em nossas salas de aula, pois, como sabemos essa palavra carta é bem ampla, porque existem vários tipos de cartas; a carta pessoal, a comercial, a de solicitação de emprego, e outras que os alunos deveriam saber escrevê-la quando necessária mais que não é ensinado nas escolas ou simplesmente passa despercebida pelas pessoas. Em um trabalho recentemente realizado em uma escola aonde trabalhado pude constatar o que foi dito neste paragrafo.
Realizei na escola aonde trabalhado uma pesquisa que envolvi três turmas de 8º ano do Ensino Fundamental, o qual, pedi a eles que escrevessem uma carta pessoal a alguem que tivessem saudade ou que gostaria de dizer a ela ou alguem próximo a eles, o pai, a mãe, um irmão, a um parente distante. Iniciei o trabalho proporcionando um momento de reflexão na sala de aula, com música evangélica, testemunho dos próprios alunos do que seria a reflexão, e depois, pedi para que eles escrevessem uma carta a essa pessoa, o resultado foi impressionante, a cada (10) dez alunos (1) um sabia escrever ou tinha noções de como iniciar a escrita, porém todos fizeram o que eu havia solicitado, escreveram uma carta, todavia, não sei se o que ocorreu foi por conta do momento a qual estavam envolvidos emocionalmente ou se este seria o resultado real da situação, suas cartas mais pareciam bilhetes, não tinham estrutura de carta, não tinha assunto a ser tratado em uma carta a pessoa que eles haviam decido escrever, não havia pontuação, e alguns nem mesmo parágrafos tinham.
Pensando nesta possibilidade escolhi (10) dez alunos e pedi a que eles escrevessem uma carta a mesma pessoa a quem haviam escrito antes e enviassem para o meu email, assim, saberia se o resultado seria o mesmo...